A Sabedoria de Gênesis: Cap. 8 – As três fases da criação

A Sabedoria de Gênesis: Cap. 8 – As três fases da criação

setembro 12, 2022 0 Por Juan S. Gonzalez Jimenez

Retornando ao que temos dito até então, que Adão foi formado por Deus e inserido no Paraíso, sabemos que, depois de certo período, Deus formou a Eva, a partir da costela do homem. Neste início (primeira fase), o homem e a mulher foram criados sem corrupção, porém desobedeceram a Deus. Com isso pecaram e a corrupção entrou neles, razão pela qual Deus os expulsou do Éden.

Naquela época, antes do pecado, a criação tinha um homem perfeito, santo e inocente, mas ao pecar ele transgrediu o mandamento de Deus. Por isso, foi expulso e submetido à uma condição de criatura animalizada.

Após isso, determinados tempos, eras e dias se passaram na criação do universo conhecido. Até que Deus, El Shaddai, o Todo-Poderoso, completou a sua Obra em Seu Dia (O Sétimo  Dia) – tempo do seu Descanso, a fim de que, no seu devido tempo, por meio Dele próprio, alguns escolhidos pudessem entrar em “Seu Repouso”. Tais escolhidos foram chamados desse mundo passageiro e palpável, no qual habitamos.

Ou seja, chamados para estarem junto com Deus, em um lugar preparado especialmente para esse propósito. Em um dia perfeito, que será um tempo de luz, a qual iluminará toda a construção e edificação eterna de Deus. Plano traçado pelo Senhor, em uma perfeição e santidade, na convivência com os homens eternamente.

No princípio da criação, o Senhor colocou um jardim no Éden. Criou-o sem corrupção e ali formou o homem, antes do tempo do pecado. O formou da essência daquela terra, estando ambos em um estado de pureza, no qual o homem pudesse conviver e coexistir junto a perfeição das coisas feitas por Deus. O Senhor fez isso com o propósito de uma existência plena, perfeita e permanente, sem qualquer corrupção e completa de uma substância imutável.

Entretanto, por desobedecer ao Senhor e quebrar sua aliança com Deus, o homem se condenou ao comer o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Assim, Adão e Eva entraram em um estado de morte por sua desobediência, porém o Senhor não os condenou à perdição. Pelo contrário, por serem primícias da criação, lhes disse:

“…maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida.” (Gênesis 3:17).

Em outras palavras, maldita será toda a terra e você viverá nela com suas gerações, foi o que Deus sentenciou ao homem. Apesar da maldição da terra, não amaldiçoou a sua alma. Por outro lado, a criação feita nesse estado, embora não de forma permanente e definitiva, passou a um estado de corrupção.

Com isso, o pecador Adão obteve a oportunidade de uma existência temporária, em sua humanidade modificada pelo pecado. Por isso o tempo da carne é momentâneo.

Desta forma, Deus desejando a salvação do homem por meio do resgate de sua alma, fez uma criação adequada e boa para que ele e todos os animais criados nela pudessem viver. O homem poderia, então, viver nela como peregrino, até o dia do resgate de alguns. Vemos aqui um tempo em que Adão possuía uma condição diferente daquela que ele tinha no Paraíso, que era sem pecado.

Outro é o homem criado no mundo das formas mutáveis, aquele que habita esta criação, no tempo chamado “sexto dia”. Em que sua alma foi colocada e sua forma natural criada para que, neste estado, pudesse cultivar seu sustento e viver nesta terra, dominando o que nela foi criado. E dessa terra, como sabemos, no devido tempo, ser resgatado em Cristo para o Senhor.

Onde está o resgate? De onde vem? Vem do Senhor e é do Senhor, pois vem por meio de Cristo Jesus, que habita no céu e naqueles o quanto o receberam. Sendo sua manifestação no Sétimo Dia.

Falando deste dia na lei.

O Senhor desceu em todas as festas judaicas, no dia santificado por Deus, em seu dia santo, o sábado. O único dia, o dia que nunca deixa de ser, porque é o dia de Deus, El Shabat.

O Sétima Dia é Eterno. O sacerdote entrava ali no santuário, naquele dia santo e fazia os sacrifícios, pedia perdão pelos pecados, para que ele, os demais sacerdotes e o povo se santificassem.

Hoje, no tempo da graça, aqueles que, pela misericórdia de Deus, entram no descanso do Senhor, recebendo o Espírito Santo, são santificados.

Continuando…

“Esta é a gênese dos céus e da terra quando foram criados, quando o Senhor Deus os criou.” (Gênesis 2:4)

Esta palavra em Gênesis 2 refere-se a um momento passado, já concluído por Deus. Remete, assim, à criação descrita no capítulo primeiro do mesmo livro, o qual dá a conhecer o que por Deus foi construído. Entretanto, em seguida as escrituras novamente tratarão da criação, como se a descrição do capítulo um não houvesse se tornando realidade ainda.

Na verdade, vemos que o relato bíblico trata da criação do Éden como algo separado, diverso da criação deste universo em que vivemos. Pois, na palavra transcrita, claramente é dito por Deus que os céus e a terra já “foram criados”.

Porque depois de ser feito o último dia e a partir dele, o Sétimo Dia, está sendo descrita a criação no Éden?

Melhor dizendo, as escrituras demonstram que a criação foi feita em um dia anterior e superior, referindo-se aos tempos anteriores e posteriores ao Éden e a criação de seis dias, por ser um dia criado como tempo espiritual e descanso de Deus com os homens. Embora a descrição refere-se a esse dia como “Sétimo Dia” e último tempo, também é o primeiro dia, pois é o TEMPO DO CRIADOR.

Sabemos disso porque Deus disse de si mesmo, que Ele é o Princípio eo Fim, o Alfa e o Ômega. Em razão disso, o Dia do Senhor é o tempo do anterior e posterior à Criação de todas as coisas.

É como um anel posto em um dedo, o qual tem seu fim e início no mesmo lugar. Trata-se do início e do fim de tudo o que existe.  Nessa realidade (ou aliança) não é visível o fim ou o começo, porém quem a possui tem, em si mesmo, como se fosse uma mesma peça. Portanto, o Verbo estava no Princípio, criando todas as coisas, assim como está no Fim. Podemos contemplar a Deus, em seu Dia de Descanso, na seguinte descrição:

E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda a obra que, como Criador, fizera. Esta é a gênese dos céus e da terra quando foram criados, quando o Senhor Deus os criou. (Gênesis 2:3,4)

Vendo o descrito, ou seja, os tempos, edificação e construção do universo, Deus os fez em seu poder “desde o Seu Dia”. Este dia é um tempo de luz, claridade, conhecimento e perfeição de Deus; “Dia” que é o tempo final e do começo da existência da criação feita por Deus (tanto a celestial quanto a terrena).

Foi criado para que o homem estivesse com Deus, por meio dele, em seu poder. Já que Ele, o primeiro e o último em tudo, referindo-se “o Dia” a plenitude do tempo ilimitado, do descanso do Senhor. Por isso dizemos que entre esse tempo em plenitude, onde o Senhor é a luz que tudo ilumina, foi neste momento, em que Deus descansou de sua obra, quando criou os céus e a terra.

Agora o que está escrito em Gênesis, Cap. 2, 4, a palavra nos fala sobre o que foi feito por Deus na criação e revelado no Cap. 1 de Gênesis, acerca dos acontecimentos das “eras” dos seis dias; ainda deve ser feito, entre o tempo da queda do homem até a nova manifestação da edificação do universo palpável e dos céus passageiros.

Estando a essência da terra em estado de corrupção, Deus manifestou tudo a partir desta, e tendo o primeiro dia como início, sendo este princípio explicado pela escritura como a construção do universo e a criação da terra.

Essa obra foi feita e edificada na essência corrupta, depois do pecado de Adão e a consequente queda do homem, onde se narra o mundo feito pela mão de Deus, em toda a formação universal e terrestre.

Pelo dito acima, sabemos que Deus é o criador de tudo neste dia, “Seu Dia”, “Sétimo Dia”, tempo sem corrupção, a partir do qual Deus criou o tempo passageiro dos seis dias, permanecendo nesta condição pela queda do homem.

Porque a partir daí, o que Deus criou ainda seria momentâneo e limitado no tempo, até a vinda de Jesus que apareceria no devido tempo, para atrair as almas perdidas pelo pecado, legado de Adão. Para que ele pudesse resgatar o que estava perdido, derrotando a morte e quem tinha domínio sobre ela até então, Satanás.

Logo depois, o mistério feito por Cristo e em Cristo aconteceria, onde as coisas temporárias e o mundo seriam deixados à perdição pelo poder e domínio de Jesus Cristo; consumado o mistério da Cruz, já que esta terra não foi criada em forma definitiva, nem os céus existentes como algo eterno, teríamos, portanto, com e em Jesus, a construção de novos céus e da terra por Deus prometida.

Este universo passageiro, o manifesto entre os seis dias, foi também a expressão do Verbo que o fez, no tempo da criação, assim como fez todas as coisas.

E como nós que primeiro fomos edificados naturalmente, tendo sido feitos como os descendentes de Adão; agora, no mistério de Jesus, nós que estamos separados para a salvação, o esperamos na iluminação do seu Espírito Santo, também o aguardando em seu dia de descanso, na conclusão de todas as suas obras, que é a MANIFESTAÇÃO DO DIA DO SENHOR.

Estamos, pois, já revestidos pela incorrupção de nossas almas, nós que já temos recebido o Espírito Santo de Deus. Estamos, portanto, naquele descanso e luz do Dia Pleno do Senhor, retirados do tempo do sexto dia, do corruptível ao perfeito e incorruptível.

Como diz:

“Toda planta do campo ainda não estava na terra, e toda erva do campo ainda não brotava; porque ainda o Senhor Deus não tinha feito chover sobre a terra, e não havia homem para lavrar a terra. Um vapor, porém, subia da terra e regava toda a face da terra. (Gênesis 2:5,06)

A terra descrita nos versículos acima, na qual nada havia nascido até então, é o período em que Deus descreve a criação. Este é o preciso momento intermediário entre as duas manifestações do estabelecimento do mundo (a natural e temporária devido ao pecado de Adão e a que deve ser feita sem pecado).

A essência terrena sem corrupção formaria o início da vida, no Éden. Seria a imagem da terra posterior, feita após a queda do homem, como demonstrada na história do tempo intermediário do Gênesis. No descanso do Senhor, Deus nos relata acerca da criação concluída após o sexto dia e por ser feita no Éden.

É dizer, por meio da imagem da primeira formação da criação, a posterior “viria” a ser criada, a natural na qual permanecemos. Deus declara em sua palavra, no livro de Hebreus, Cap. 4, versículos 4 ao 10:

Porque, em certo lugar, disse assim do dia sétimo: E repousou Deus de todas as suas obras no sétimo dia. E outra vez neste lugar: Não entrarão no meu repouso. Visto, pois, que resta que alguns entrem nele e que aqueles a quem primeiro foram pregadas as boas-novas não entraram por causa da desobediência, determina, outra vez, um certo dia, Hoje, dizendo por Davi, muito tempo depois, como está dito: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração. Porque, se Josué lhes houvesse dado repouso, não falaria, depois disso, de outro dia. Portanto, resta ainda um repouso para o povo de Deus. Porque aquele que entrou no seu repouso, ele próprio repousou de suas obras, como Deus das suas. (Heb 4:4-10)

Deus, naquele tempo transitório revelado nos versículos 4, 5 e 6 do Cap. 2 de Gênesis, expressa que nem grama nem plantas haviam crescido até então na terra.

No entanto, no tempo chamado Sexto Dia foi realizada a conclusão da obra natural e espiritual dos três céus. Entretanto, o natural e celestial nos tempos do homem, depois do jardim, não poderia começar até que o primeiro no Éden não fosse corrompido, agora a criação só seria possível no tempo de Deus. Somente em seu tempo e em seu poder existiriam as manifestações de todo o universo por vir.

Neste momento, Deus ainda não havia dado autoridade ao mundo, para que no tempo e propósito da criação do Senhor, a vida aparecesse e fosse manifesta na realidade das formas. Agora, no relato bíblico, este momento é quando Deus relata a conclusão da criação.

No tempo transitório revelado nos versículos citados do Cap. 2, Deus expressa que houve uma conclusão da criação universal e terrena, ou seja, no tempo em que Deus descreve como “a ser feito” é “feita” a criação perecível e a inicial a ser formada no Paraíso. Com isso, o Senhor descreve a criação antes do pecado do homem e a posterior, no tempo entre o que foi feito antes no Éden e o momento em que o poder de Deus fará a formação do homem na terra e no Jardim com os anjos.

Deus, portanto, manifestou como concluído neste momento sua obra nos eventos terrestres e universais, incluindo os três céus.

Antes de Deus realizar a criação, era necessário que o processo de existência do homem ocorresse, primeiro no Paraíso, sem pecado, e depois na terra, no tempo passageiro.

Por causa da sentença que Deus pronunciou contra o homem, após este ter pecado e sendo expulso do Paraíso, o Senhor fez esta terra em estado de corrupção, já que Adão comeu da árvore proibida. Determinou, pois, que desde o tempo em que vivesse no mundo depois de seu pecado, a terra lhe daria cardos e abrolhos.

No entanto, o Criador daria ao homem, a partir de então, uma forma natural, por não ter permanecido em seu propósito inicial. O homem estaria na terra, como primícia de suas criaturas, ainda que estivesse em corrupção, sendo criado à imagem e semelhança de Deus, por ser conhecedor do bem e do mal, que foi a origem e a razão de seu pecado. Sua existência na terra seria baseada no modelo de seu pecado.

O mistério do ponto de partida entre a criação do mundo palpável e transitório, assim como da formação feita no Éden, é que, uma é descrita como sendo feita na criação celestial no Paraíso e o outro mundo sendo “concluído” depois que Adão e Eva, sua esposa, possuíram a terra.

Após esse tempo, imediatamente após terem sido vestidos com peles de animais por Deus, após expulsá-los do mundo sem pecado, dali em condição de pecado, os dois foram criados por Deus à imagem e semelhança d’Ele. Isso, neste mundo limitado e transitório, com o poder de dominar sobre todos os seres vivos e a capacidade de se propagar por toda a face da terra.

Na bíblia, a criação do universo perecível, falando do mundo que conhecemos, foi narrada em primeiro lugar, feita por Deus após o homem pecar e descumprir o seu propósito original na criação de Deus.

A criação definitiva e eterna não reflete a natural feita no princípio por Deus, incluindo também a construção espiritual temporária, representada na construção dos três céus.

A eternidade incorruptível é conhecida na revelação do Criador por meio de Cristo, conforme exposto na carta aos Efésios, 3:8-11.

“A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de Cristo e demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que, desde os séculos, esteve oculto em Deus, que tudo criou; para que, agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus, segundo o eterno propósito que fez em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Efésios 3:8-11)