A Sabedoria do Gênesis – Cap. 2 “Terra, Céus e Águas”

dezembro 1, 2016 0 Por Juan S. Gonzalez Jimenez

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Assim diz Deus ” quando ele ainda não tinha feito a terra com seus campos, nem sequer o princípio do pó do mundo”. Deus é o fazedor do princípio do pó, da essência, Ele é o alfa e ômega. No entanto, o povo se corrompeu, porque o criado como primícias, quer dizer, Adão, se corrompeu por causa do pecado.

Logo após sua corrupção, Deus fez ou formou uma criação em forma paralela ao Jardim do Éden.

Uma vez que Adão e Eva foram expulsos do Paraíso, Deus criou este mundo palpável, dividiu os céus e colocou o homem no “sexto dia”; um tempo de Deus no mundo, para que o homem pudesse governar sobre a Terra.

“Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem se tem tornado como um de nós, conhecendo o bem e o mal. Ora, não suceda que estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente.” Gênesis 3:22

Sendo o homem conhecedor das coisas existentes, do perfeito e do imperfeito, mas que juntos não o puderam ajudar a chegar à perfeição, Adão, sem poder separar o mal do bem, não foi merecedor para Deus da vida eterna. Ele não conseguiu conhecê-los e separá-los, pois o corruptível não pode habitar com o incorruptível, por isso foi expulso. Porque só o perfeito ou o bem supremo, separado do imperfeito e do mal, por Deus, é o que Ele deixou como bem.

 “O Senhor Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden para lavrar a terra, de que fora tomado.” Gênesis 3:23

 O Senhor Deus lançou o homem fora do Éden e uma vez em corrupção o devolveu ao lugar de onde foi tomado; a terra, referindo-se ao “elemento” sem formação ainda, o que atualmente está em corrupção.

Deus desde aquele momento formou uma terra em corrupção, todo o universo, para nele colocar o homem, ao qual Deus disse: “maldita é a terra por tua causa” (Gen. 3:17). Deus tinha feito o homem do elemento “terra” ou “pó”, antes que esta tivesse algum tipo de forma, tal qual podemos enxergar hoje, finita e mensurável.

Antes do pecado não existia morte, portanto, a natureza animada como hoje a conhecemos, ainda não havia sido formada; porque Deus lhe deu forma a partir “do princípio” pecador do homem, onde tudo o que nasce, morre. Porque o salário do pecado é a morte.  O homem é conhecedor do bem e do mal, pelo qual o homem morre, assim como tudo o que se rege através desta lei na terra.

Continuando…

 “Eis as origens dos céus e da terra, quando foram criados. No dia em que o Senhor Deus fez a terra e os céus, não havia ainda nenhuma planta do campo na terra, pois nenhuma erva do campo tinha ainda brotado; porque o Senhor Deus não tinha feito chover sobre a terra, nem havia homem para lavrar a terra.”
(Gênesis 2:4-5)

 Fazia muito tempo que já existiam as coisas no Paraíso, porque Deus criara primeiro o homem no Éden e, só após a sua expulsão, Deus criou o que hoje em dia palpamos. Todavia, Ele fez este universo em corrupção, por conta do pecado de Adão. E só depois Deus colocou o homem na terra, em um determinado momento, chamado de “sexto dia”.

Obviamente que este dia é um tempo em que o homem foi posto no mundo e não um dia de 24 horas como hoje em corrupção conhecemos.

Este dia é um dia que não é medido por tempos humanos, pois estamos falando de dias de Deus. Em Gênesis, o Senhor não nos fala da noite, Ele nos fala de dias, tardes e manhãs. Fala de tardes e manhãs, porque para Ele não há noite.

Para Deus é durante “dia” que se manifesta a criação, não na noite. É por isso que diz “um dia”; porque Ele é o criador que traz a luz a existência do que não existe, e sempre foi de dia quando Deus criou e fez todas as coisas. No entanto, para nós há noites e dias, o tempo passa, mas para Deus não passa.

No tempo da formação de Adão, Deus fez uma criação, de um princípio não corrupto, antes do pecado.  Entretanto, este princípio, criado no Éden, se corrompeu, uma vez que se corrompeu o homem que era suas primícias.

Assim, depois da corrupção, Deus criou em uma forma paralela o universo que hoje conhecemos. E nele colocou o homem já em estado de corrupção, Adão que nós conhecemos e do qual somos semelhança, em nossa carne, no nosso homem natural.

Em resumo, o homem criado no jardim que estava no Éden, aquele do Capítulo 2 de Gênesis, em seu sétimo versículo:

“E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou-lhe nas narinas o fôlego da vida; e o homem tornou-se alma vivente.”

Este homem era sem pecado, feito de um elemento terra, que era o pó incorrupto, antes da corrupção e da queda.

 Deus lhe deu o fôlego, o espírito de vida, (não o Espírito Santo), que foi colocado em Adão para que ele fosse alma e corpo vivente, sem ser a imagem exata de Deus.

Porque homem e mulher são a exatidão da imagem de Deus na criação, mas isso enquanto a promessa feita a Abraão, pela sua fé, em um descendente que viria a ser  a verdadeira imagem de Deus, um que não viria da carne de Isaque, mas sim no cumprimento da descendência em Jesus Cristo, como filho de Deus, nascido de mulher, mas gerado do Senhor. Deste modo, estes dois, o homem e a mulher, deixam de ser imagem de Deus em sombra no homem corrupto e passam a ser a verdadeira forma de Deus à imagem de Cristo. Isso se, morrendo para a velha natureza, passam a viver para a nova forma, que é Jesus Cristo. Pois no fim não haverá mais homem e mulher, somente Cristo em tudo e todos.

O homem passou a ser imagem de Deus somente após ser conhecedor do bem e do mal, e definitivamente desde seu estado natural ao perfeito, uma vez sendo resgatado por Jesus Cristo. Pois as escrituras dizem que depois que Adão pecou junto a Eva, sua mulher, e que Deus os vestiu com peles de animais para que vestissem em um novo mundo, corrupto por sua causa; no resgate, fossem a imagem Dele.

Podemos confirmar esta revelação nos versículos 21 ao 24 do capítulo 3 de Gênesis, nos quais está descrito o momento em que Deus os expulsa da condição de “livres do pecado” ao mundo feito em corrupção para que vivessem somente revestidos com as peles de animais, é dizer na condição humana.

Ao pecar no Éden, o homem fica na condição de desejar se igualar a Deus, sendo conhecedor do bem e do mal, mas sem ter o poder de separa-los (o bem e mal). No entanto, esta condição de semelhança com Deus só seria possível ao homem conseguir em Cristo, ao morrer para o já corrupto através do poder de Dele. Esta condição natural no pecado pode ser deixada pelo homem, por meio do Corpo de Jesus, para ser corpo de Deus, uma vez resgatada sua alma.

O homem feito a imagem de Deus, Gênesis capítulo 1, versículo 26:

“26 E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se arrasta sobre a terra.”

 O homem no Éden havia ficado na condição de ser como Deus ao comer da árvore do conhecimento do bem e do mal. Porém, ao não poder separar o bem do mal, houve corrupção no seu corpo para a perdição. Então o Senhor, após seu pecado, já nesta era atual, fez o homem e a mulher neste mundo, a sua própria semelhança. Semelhança esta que teria de ser alcançada na sua descendência, ou melhor, no seu descendente que é Cristo. Pois agora, na condição de conhecedores do bem e do mal, contudo, sem a santidade que traz a incorrupção, eles só conseguiriam alcançá-la através da remissão de seus pecados por meio de Jesus.

O homem como sombra de Deus e de seu poder, tem tal imagem para na terra se conduzir como “primícias” sobre a criação, dominando sobre toda vida existente neste mundo. Ainda que como um modelo do criador e não podendo viver para sempre.

Por isso, Deus vem em seu filho, sem pecado, no último Adão, para resgatar os homens que a semelhança do primeiro Adão haviam se perdido. Agora, deixando o corrupto para perdição, passará ao incorruptível, tanto material como espiritualmente. Porque o que venceu para eternidade do espírito ressuscitou também em carne. Este é o motivo pelo qual a Palavra fala em novos céus e novas terras.

Continuando com a sabedoria em Provérbio 8:

 “27 Quando ele preparava os céus, aí estava eu; quando traçava um círculo sobre a face do abismo,”

 Veremos novamente a formação dos céus e da terra. Trazendo também o primeiro capítulo de Gênesis, nos versículos 6 e 7, o momento no qual Deus separa os céus; ou seja, as águas.

 “E disse Deus: Haja uma expansão no meio das águas, e haja separação entre águas e águas.
E fez Deus a expansão, e fez separação entre as águas que estavam debaixo da expansão e as águas que estavam sobre a expansão; e assim foi.”
Gênesis 1:6,7

 (A explicação está mais adiante em Provérbios 8:24)

Então, pelo poder da sabedoria de Deus vemos essa formação do mundo natural e dos três céus separando-se ali. Questões que estão muito bem explicadas nesses versículos. Assim como diz em Hebreus:

 “Nestes últimos dias a nós nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, e por quem fez também o mundo;” (Hebreus 1:2)

 Nesta revelação, o Senhor nos diz que através de seu filho criou o mundo e o universo.

Da mesma forma no evangelho de João:

 “1 No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. 2 Ele estava no princípio com Deus. 3 Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez.” (João 1: 1-3)

 Nesta palavra é dito que o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus no princípio.

De modo que é perceptível a concordância da palavra ao que se refere a formação e criação dos céus. Todos os três céus.

 

Segundo a palavra de Deus, em 2 Coríntios 12:2, podemos ver  a existência de três céus:

 

“Conheço um homem em Cristo que há catorze anos (se no corpo não sei, se fora do corpo não sei; Deus o sabe) foi arrebatado até o terceiro céu.”

Da mesma forma no versículo 4 do Salmo 148: “Louvai-o, céus dos céus, e as águas que estão sobre os céus!”.

 

E assim também em outros lugares a Palavra fala dos três céus, como segue:

 

“Mas, na verdade, habitará Deus com os homens na terra? Eis que o céu e o céu dos céus não te podem conter; quanto menos esta casa que tenho edificado!” (2 Crônicas 6:18)

Continuando em Provérbios 8:27…

 

“Quando ele preparava os céus, aí estava eu;”

Aqui é dizer: estava a sabedoria, ou seja, o próprio Deus nela; a sabedoria do Verbo. “Quando traçava um círculo sobre a face do abismo.  Aqui nos é revelado que a forma da criação tem um formato circular.

 

Como vemos no capítulo 1 de Ezequiel:

 

15 Ora, eu olhei para os seres viventes, e vi rodas sobre a terra junto aos seres viventes, uma para cada um dos seus quatro rostos.16 O aspecto das rodas, e a obra delas, era como o brilho de crisólita; e as quatro tinham uma mesma semelhança; e era o seu aspecto, e a sua obra, como se estivera uma roda no meio de outra roda. 17 Andando elas, iam em qualquer das quatro direções sem se virarem quando andavam. 18 Estas rodas eram altas e formidáveis; e as quatro tinham as suas cambotas cheias de olhos ao redor. 19 E quando andavam os seres viventes, andavam as rodas ao lado deles; e quando os seres viventes se elevavam da terra, elevavam-se também as rodas.”

 

Mais ainda em Ezequiel 10, versículos 9, 10 e 11:

 

“9 Então olhei, e eis quatro rodas junto aos querubins, uma roda junto a um querubim, e outra roda junto a outro querubim; e o aspecto das rodas era como o brilho de pedra de crisólita. 10 E, quanto ao seu aspecto, as quatro tinham a mesma semelhança, como se estivesse uma roda no meio doutra roda. 11 Andando elas, iam em qualquer das quatro direções sem se virarem quando andavam, mas para o lugar para onde olhava a cabeça, para esse andavam; não se viravam quando andavam.”

 

“7 e o primeiro ser era semelhante a um leão; o segundo ser, semelhante a um touro; tinha o terceiro ser o rosto como de homem; e o quarto ser era semelhante a uma águia voando. 8 Os quatro seres viventes tinham, cada um, seis asas, e ao redor e por dentro estavam cheios de olhos; e não têm descanso nem de noite, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, aquele que era, e que é, e que há de vir. 9 E, sempre que os seres viventes davam glória e honra e ações de graças ao que estava assentado sobre o trono, ao que vive pelos séculos dos séculos,”

 As rodas são da forma e do tamanho do céu porque estas representam também os céus. Entre os três céus existem quatro seres viventes, que inclusive atuam em nosso universo, o que somado dão quatro (três céus mais o universo, onde eles atuam).

Cada ser vivente representa uma destas fases ou céus com o universo. Assim, são como se estivessem um dentro do outro, porque há uma união ou portal entre eles; acessível por meio do poder de Deus aos seres viventes. Os quais têm muitos olhos, significando o olhar de Deus através deles sobre as coisas criadas. Além disso, os seres viventes percorrem desde o terceiro céu até as demais regiões: demais céus e universo.

 

Estes seres servem como instrumentos e mensageiros, porque Deus está por cima deles no seu trono e é somente Ele que tem o domínio. Eles não podem se virar diante da presença de Deus, pois o Senhor é um fogo consumidor. Seus corpos também são como nuvens para servir de sombra a tudo que de alguma forma recebe a presença de Deus, e assim fez o Altíssimo para que a Sua Glória não consuma a criação.

 

São quatro seres viventes, pertencentes a ordem dos querubins, cada um com seu próprio rosto. Um como semelhante mas não idêntico a face de um leão que conhecemos, outro como a águia, outro como de bezerro (ou touro) e outro ainda como de homem.

 

 

Seu voo é parecido ao de um águia, mas a sua forma no voo é como forma de uma menorá ou candeeiro que estava no santuário; o qual tem sete braços ou luminárias, que indicam dois pares de três braços de cada lado que são as pontas das asas dos querubins e o “braço” do centro seria o rosto. Tirando o cabo central podemos ver na menorá a representação dos seres viventes. Não são asas como a de um pássaro, uma vez que o corpo é um só, incluindo estas asas.

 

Quando vemos os seres viventes andar naquelas rodas, podemos entender o significado de que cada um (dos seres viventes), têm uma influência ou poder dado por Deus, de andar nos três céus, bem como na criação terrestre. Pelo que Deus se mostrava a Ezequiel desde cima, sobre os querubins.

 

Demonstrando também que “os céus” são esses círculos criados por Deus, ou seja, os três céus e o mundo material.

 

Como foi dito anteriormente em Provérbios 8:27, quando traçava o horizonte sobre a face do abismo; é dizer sobre o nada Deus fez. Ele estendeu os céus sobre o vazio, criou todas as coisas e até mesmo o vazio ou o nada Deus o fez para ali colocar as coisas que viria a criar.

 

“28 quando estabelecia o firmamento em cima, quando se firmavam as fontes do abismo,” (Provérbios 8:28)

 

“Quando estabelecia o firmamento em cima“, ou seja, quando Deus colocava as colunas, a formação perfeita e exata através das leis espirituais e naturais de todas as coisas. Está falando de cima da terra e dos céus. É dizer: há uma criação além deste mundo natural a qual é regida por leis  e princípios  conforme é também o criado por Deus no natural; não se rege por si mesma, mas é sujeita ao poder e controle do Criador.

 

“Quando se firmavam as fontes do abismo”. Isto significa que não há poder algum que possa vir do abismo, enquanto a imperfeição, enquanto ao que não foi criado ou enquanto a corrupção, que possa tomar o criado e deformá-lo, dividi-lo, diluí-lo ou fazer com que o que foi estabelecido por Deus já não seja mais, conforme as leis naturais e espirituais que Ele colocou. Pois Ele mesmo que estabeleceu as fontes do Abismo.

 

Estamos falando aqui dos mundos criados, tanto o espiritual como o mundo natural. Porém na criatura, o que poderia deformar a lei espiritual nela? Fazê-la beber do errado em vez do certo, se alimentar da corrupção em vez de ser na incorrupção? Obviamente aquele que a induziu a deformação, Satanás.

Por isso, Satanás, por mais mal que possa fazer ou interferir no feito, não tem o poder absoluto sobre as coisas, para deforma-las, por não haver nele poder construtor, e sim, de corrupção. É por esta razão que o maligno não tem poder sobre as formas espirituais, nem ao menos materiais.

 

O homem, no tempo presente, se rege através de uma lei natural enquanto está na terra. Deste modo, podemos ver que o mundo tem sofrido enormemente, porque ele, o homem, tem infringido as leis naturais: causando o aquecimento global, destruindo os mares, a terra, como temos visto, bem como destruindo a flora e fauna. Assim também, quando o homem transgredi a lei natural, obviamente que gera consequências gravíssimas, e em ambos os mundos (natural/espiritual). Se o homem desobedece a lei natural pela qual não deve roubar, mas rouba, não deve matar, mas mata, também trás consequências terríveis nos dois planos. Isto ocorre por opor-se a lei estabelecida por Deus, ou seja, o homem não pode prejudicar ao seu próximo, nem ao que Deus criou no tangível e no espiritual.

 

“29 quando ele fixava ao mar o seu termo, para que as águas não traspassassem o seu mando, quando traçava os fundamentos da terra,”

 “Quando ele fixava ao mar o seu termo, para que as águas não traspassassem o seu mando,” Mar, água. Se o que é mais abundante no mundo, como sabemos, o mar que existe em maior quantidade do que os demais elementos, se este pudesse em todo instante cobrir ou invadir o que Deus tem recriado (pois  primeira criação foi no Éden), as águas não deixariam o mundo livre para manifestação do homem e das criaturas, e para que neste lugar também pudesse manifestar a vida. Se não houvesse assim a lei de Deus na ordem das coisas, como se manifestaria a vida das criaturas e a vida do homem como conhecemos? Ou como se concluiria o propósito dela mesmo no natural, de Deus colocar ali sua vida prometida, quer dizer, seu Templo, que é Jesus Cristo a sua morada?

 

Se os céus ou águas, como se denominam as regiões criadas em Gênesis 1: 6-7, e se este conjunto feitura de Deus mesmo antes da manifestação das formas serem feitas, enquanto ao sentido criador na sabedoria de Deus; se elas, sem o sentido divino, tivessem invadido o que conhecemos como realidade, não seríamos mais o projeto de Deus no meio deste mundo, nem mais as primícias do pó.

 

Porque no céu, desde o tempo do pecado, há um grande combate, uma grande batalha, em que em meio a ela, Deus separou os seus santos anjos daqueles que se rebelaram. Por isso sabemos que há potestades e principados nas regiões celestes, tanto bons como maus. Esses últimos tentam dominar o sentido da vida feito por Deus contido no homem e, em consequência, na natureza feita para ele.

 

É uma grande guerra, uma revolução na criação, onde o demônio intenta destruir o que foi criado por Deus nessa condição de vaidade (vaidade é tudo aquilo que não permanece, o que não é perene).

 

Com tudo isso, temos a revelação que Deus separou um lugar “nas águas”, essência da criação no poder de Deus, que deu um sentido as primícias espiritual e tangível. Também significando que poder algum, mesmo que forte ou superior, que tenha consciência do criado, como são os anjos, antes e depois da queda, pode invadir ou sobre passar a vontade de Deus no espiritual e onde Ele criou o homem e a todos os seres viventes, nem tampouco o podem invadir aqueles poderes que através das eras tentam enfrentar a Deus.

 

Sabemos que a terra é sempre mais alta do que as águas (seu nível é maior). Deus prometeu “uma nova terra” ao seu povo, mais alta do que as águas, ou seja, mais alta do que mundo (águas = mundo). Deus prometeu que “nessa terra” se plantaria e produziria muitos frutos dos quais comeríamos; essa terra, terra santa de Deus, é a Palavra, o poder de Deus, a sabedoria, o divino e o conhecimento de Deus. E isto materializado em uma nova Criação.

 

O Senhor coloca, através do mistério da salvação, como “nova terra”, as primícias da qual foi feita o novo homem, ou seja,  Jesus Cristo e os que Nele estão. E este é o lugar mais alto da criação, ou seja, a terra santa e prometida, mais sublime que “todo o criado”. Em conclusão, o próprio corpo de Cristo.

 

 

O deixado para trás, na velha natureza, é aquilo que mesmo aparentando ser maior ou mais abundante, é menor; o mundo (falando das águas).

 

 

É dizer que o homem em Cristo é as primícias de Deus e Ele é a criação eterna; os novos céus e nova terra.

 

Digamos assim, os céus são extremamente maior do que o universo conhecido, onde o primeiro céu é maior do que ele, e também o segundo céu é muito maior que o primeiro e o terceiro céu, ainda maior que o segundo. Cada um maior do que o outro. Nós somos os menores quando falamos de espaço, no entanto é o onde Deus estabeleceu “a vida”, vindo do mais alto dos céus, onde Ele está e também na terra, no coração do homem. De fato Deus veio a terra e fez morada.

 

 

Vemos que o lugar de habitação do homem na eternidade é uma nova terra, na promessa feita por Deus, um lugar magnífico para os escolhidos. É certo que hoje ainda não temos, nessa terra corruptível a posse da terra eterna (exceto na comunhão com o Espírito Santo), mas temos essa promessa: de uma terra feita nos céus, a qual é eterna.

Por isso, hoje esperamos uma nova terra, vinda dos céus com a cidade celeste.

 

 

E assim, certificamos que isto é passageiro, incluindo o que temos dito anteriormente do pecador Adão, a semelhança do nosso velho, que foi expulso e posto em um mundo terreno já em corrupção.

No entanto, Deus disse que o que Ele fez “é bom” (a criação neste universo), porém dizendo bom Ele não se refere a bondade em si, mas sim ao que é bom e apto para viver e subsistir; para que nesse mundo, o homem reconheça o senhorio de Deus e Dele obtenha a misericórdia ainda nessa terra.

Nela foi posto o “sexto dia” para que no tempo determinado por Deus, o homem fosse resgatado, através de Jesus. Sendo esse sexto dia toda essa era em que o homem tem existido sobre esta terra.

 

Vamos dar continuidade ao assunto em Provérbios 8:29…

 

“Para que as águas não traspassassem o seu mando” . Esse versículo se refere ao mandamento de Deus, quando Ele estabelecia os fundamentos da terra. É possível observar que a terra é como as primícias acima dos fundamentos, no que se refere aos mares e águas (as extensões celestes em tudo o que existe).

 

Sabemos na condição de criaturas separadas por Deus da natureza do mundo, que temos as primícias da criação para a eternidade em Jesus Cristo. Que se manifesta e fala conosco através dos mandamentos, da Palavra, nos fundamentos da última e definitiva criação eterna.

 

Se é um mandamento também é uma lei estabelecida por Deus. Na carne, a lei foi dada a Israel em tábuas de pedra, porém a lei em Cristo foi dada a nós em espírito, e nela, todos somos reunidos constituindo o próprio Israel Espiritual. Porque o Espírito de Deus que habita em nós nos junta em um mesmo lugar, Nele.

Deste modo, concluímos que o mandamento de Deus está vivo em seus filhos, por meio do primogênito Jesus Cristo; os quais habitando na terra prometida por Deus (que é o seu Corpo), terra eterna, faz de nós as primícias e a criação definitiva  no projeto de Deus feito desde o princípio de Gênesis.

 

Princípio tendo como alimento eterno a árvore da vida e não a do conhecimento do bem e do mal gerado a partir do homem, Adão.