Vaidade: Insaciável corrupção

novembro 9, 2012 1 Por Alan De Zoppa Maia

A vaidade é uma corrupção que não para.

Tão como a ferrugem no ferro se inicia com alguns pontos e depois toma todo metal, ou o câncer que começa com algumas células e logo está em tecidos inteiros e adoece posteriormente todo o corpo, assim também, a vaidade é uma corrupção que se infiltra pela carne e pelos pensamentos e, se não tratada, toma toda a alma do homem.

Nisso, pela muita misericórdia de Deus, muitos de nós que O amamos, passamos por grandes provações naquilo que tem mais importância para nós. Já perceberam?

E o porquê?

Justamente por isso: por que são coisas que tem muita importância para nós e por que são de nós para nós mesmos.

Foi assim que Deus tratou com aqueles que Ele amava, quando pegou o seu povo escolhido, que tinha se envaidecido junto aos povos de outras nações, e os fez cativos destes outros, mandando-os para fora de sua terra, para um lugar estranho no exílio. (2 Rs20:13-18 e 2Rs 25)

E o porquê?

Porque ali no exílio, na Babilônia, seriam confrontados por fora com as abominações que cultivaram por dentro, no coração.

Ou seja: o que os seus corações guardavam, escondiam de abominável na própria terra da herança que Deus lhes tinha dado, onde estava o Templo e a presença do Senhor, agora aquilo que estava oculto em seus corações era exposto diante deles mesmos, naquela situação: escravos de um povo com quem conviviam e que praticava publicamente todas abominações de forma natural e desimpedida: todo tipo de idolatria, de prostituição e de violência.

Confrontando-os assim com o que já tinham de comum com aquele povo estranho, só que escondido no coração.

Confronto que trazia necessidade de decisões profundas: Agora era vida ou morte.

Como quem lhes diz:

“É essas maldades que vocês desejavam estando Comigo na terra da herança que vos dei, e portanto é este o salário.

E agora? O que querem povo de ânimo double?

Se rendam a tudo isso e façam um só povo com eles de uma vez, e então esqueçam do Meu Nome para sempre, ou vomitem vossas prostituições e idolatrias que são abomináveis para Mim, e então passado o tempo determinado vos resgatarei desta condição para novamente serem meu povo (Jr 25:12-13).

Esta foi a intenção de Deus de enviar o seu povo ao exílio: oportunidade de cura, pelo confronto com o pecado antes escondido. Pela confissão e arrependimento com convicção e profundidade.

Deus queria que fossem curados deste câncer da alma, para que se arrependessem e não fossem consumidos por ele.

Por isso a oração de confissão daqueles que estavam no exílio era:

Daniel: “Ó SENHOR, a nós pertence o corar de vergonha, aos nossos reis, aos nossos príncipes e aos nossos pais, porque temos pecado contra ti. Ao Senhor, nosso Deus, pertence a misericórdia e o perdão, pois nos temos rebelado contra ele” Dn 9:8-9

  E daqueles que voltaram do Exílio:

“Desde os dias de nossos pais até hoje, estamos em grande culpa e, por causa das nossas iniquidades, fomos entregues, nós, os nossos reis e os nossos sacerdotes, nas mãos dos reis de outras terras e sujeitos à espada, ao cativeiro, ao roubo e à ignomínia, como hoje se vê.” Ed 9:7

 E, por isso, o sentimento de separação naqueles que realmente eram de Deus e estavam no exílio. (Daniel 1:8 e Salmo 137)

“Resolveu Daniel, firmemente no coração, não contaminar-se com as finas iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia; então, pediu ao chefe dos eunucos que lhe permitisse não contaminar-se. Ora, Deus concedeu a Daniel misericórdia e compreensão da parte do chefe dos eunucos.” (Dn 1:8-9)

“Às margens dos rios da Babilônia, nós nos assentávamos e chorávamos, lembrando-nos de Sião. Nos salgueiros que lá havia, pendurávamos as nossas harpas, pois aqueles que nos levaram cativos nos pediam canções, e os nossos opressores, que fôssemos alegres, dizendo: Entoai-nos algum dos cânticos de Sião. Como, porém, haveríamos de entoar o canto do SENHOR em terra estranha? Se eu de ti me esquecer, ó Jerusalém, que se resseque a minha mão direita. Apegue-se-me a língua ao paladar, se me não lembrar de ti, se não preferir eu Jerusalém à minha maior alegria.” (Salmos 137:1-6)

O tempo que Israel ficou na Babilônia em exílio foram 70 anos, que quer dizer “7 tempos”, que significa um tempo por Deus, para serem confrontados com a vaidade que guardavam escondida no coração e que os estava apodrecendo por dentro. Como quem diz no exílio: “olhem aqui!, espelhados estão os vossos pecados diante de vós, e por isso toda essa atração e tentação na Babilônia.”

E você? Sente esta atração hoje na “Babilônia” atual?

Sente-se em cativeiro?

Vês um espelho no que é podre no mundo com aquilo que deseja?

Se bem olhares com sinceridade, e reconheceres o pecado, e clamares a Deus por libertação, em arrependimento, Ele é poderoso para te libertar, assim como libertou o seu povo naquele tempo, tirando-o do exílio.

Mas a libertação de Deus só acontece quando reconhecemos o pecado em nós, e pedimos sua ajuda pela fé. Pois este confronto com o que há em nós mesmos é o verdadeiro sentido da nossa prova, daqueles que amam a Deus. Isso para que sejamos libertos no reconhecimento daquilo que nos mata.

Este foi o sentido da serpente de bronze de Moisés.

A serpente representa aqui o pecado. Aquela de bronze, uma imagem daquele pecado  que vivo estava matando o povo. Olhar para ela significava “reconhecê-la” na causa de suas feridas, reconhecer na dor o pecado que os feria e matava.

“Veio o povo a Moisés e disse: Havemos pecado, porque temos falado contra o SENHOR e contra ti; ora ao SENHOR que tire de nós as serpentes. Então, Moisés orou pelo povo. Disse o SENHOR a Moisés: Faze uma serpente abrasadora, põe-na sobre uma haste, e será que todo mordido que a mirar viverá. Fez Moisés uma serpente de bronze e a pôs sobre uma haste; sendo alguém mordido por alguma serpente, se olhava para a de bronze, sarava.” Nm 21:7-9

 A vaidade é um cativeiro de corrupção. E só aquele em quem não há corrupção pode nos libertar, pelo Seu amor.

“Pois a criação está sujeita à vaidade, não voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus.” Rm 8:20-21

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