Lugar dos mortos II: Quando o homem morre

junho 23, 2010 3 Por Juan S. Gonzalez Jimenez

Continuação

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“Por que, pois, me tiraste da madre? Ah! Se eu morresse antes que olhos nenhuns me vissem! Teria eu sido como se nunca existira e já do ventre teria sido levado à sepultura. Não são poucos os meus dias?

Cessa, pois, e deixa-me, para que por um pouco eu tome alento, antes que eu vá para o lugar de que não voltarei, para a terra das trevas e da sombra da morte; terra de negridão, de profunda escuridade, terra da sombra da morte e do caos, onde a própria luz é tenebrosa.”

(Jó 10:18-22)

Jó lamenta os seus dias como o dia do seu nascimento. Ele deseja não ter nascido e ter conhecido sua sepultura antes de sofrer neste mundo.

Uma vez vivendo neste mundo, também o seu destino no Sheol é certo, um lugar de mortos sepultos, de onde não se volta; lugar chamado de sombra da morte.

Esta sombra é como um véu nebuloso que encobre a alma em profunda escuridão. Diz “onde a própria luz é tenebrosa”

Mas porque a luz ali é tenebrosa?

Por que as almas naquele lugar estão adormecidas na morte. Ainda que sustentadas por Deus numa espera (o que há de luz nelas), estão num vazio. E ali aguardam o Juízo.

“Mas, de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem. Visto que a morte veio por um homem, também por um homem veio a ressurreição dos mortos. Porque, assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo. Cada um, porém, por sua própria ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda.”

(1 Co 15: 20-23)

“Ali, os maus cessam de perturbar, e, ali, repousam os cansados. Ali, os presos juntamente repousam e não ouvem a voz do feitor. Ali, está tanto o pequeno como o grande e o servo livre de seu senhor.”

(Jó 3:17-19)

O Sheol então é uma espera, um dormir. Onde adormecem todos os homens que aguardam o julgamento. Homens que adormeceram sem o Espírito Santo entregue por meio da fé em Cristo; tanto os homens que serão condenados, quanto os que serão justificados.

“Quando vier o Filho do Homem na sua majestade e todos os anjos com ele, então, se assentará no trono da sua glória; e todas as nações serão reunidas em sua presença, e ele separará uns dos outros, como o pastor separa dos cabritos as ovelhas; e porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos, à esquerda;

então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes; estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me.

Então, perguntarão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? E quando te vimos forasteiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? E quando te vimos enfermo ou preso e te fomos visitar? O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.

Então, o Rei dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos. Porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; sendo forasteiro, não me hospedastes; estando nu, não me vestistes; achando-me enfermo e preso, não fostes ver-me.

E eles lhe perguntarão: Senhor, quando foi que te vimos com fome, com sede, forasteiro, nu, enfermo ou preso e não te assistimos? Então, lhes responderá: Em verdade vos digo que, sempre que o deixastes de fazer a um destes mais pequeninos, a mim o deixastes de fazer.

E irão estes para o castigo eterno, porém os justos, para a vida eterna”

(Mateus 25:31-46)

[Observem que alguns ressuscitam como cabritos para condenação e outros como carneiros para o perdão.]

É como uma prisão na “espera” até ver face a face o Feitor e Criador.

Estão todos ali, pequenos e grandes, ricos e pobres, senhores e servos. Servos, neste lugar, já livres dos seus patrões terrenos e, os patrões, já despojados dos seus servos.

Ali, os maus cessam de perturbar, e, ali, repousam os cansados. Ali, os presos juntamente repousam e não ouvem a voz do feitor. Ali, está tanto o pequeno como o grande e o servo livre de seu senhor

Porque há esperança para a árvore, pois, mesmo cortada, ainda se renovará, e não cessarão os seus rebentos. Se envelhecer na terra a sua raiz, e no chão morrer o seu tronco, ao cheiro das águas brotará e dará ramos como a planta nova.

O homem, porém, morre e fica prostrado; expira o homem e onde está? Como as águas do lago se evaporam, e o rio se esgota e seca, assim o homem se deita e não se levanta; enquanto existirem os céus, não acordará, nem será despertado do seu sono.

Que me encobrisses na sepultura e me ocultasses até que a tua ira se fosse, e me pusesses um prazo e depois te lembrasses de mim! Morrendo o homem, porventura tornará a viver? Todos os dias da minha luta esperaria, até que eu fosse substituído. Chamar-me-ias, e eu te responderia; terias saudades da obra de tuas mãos; e até contarias os meus passos e não levarias em conta os meus pecados.

A minha transgressão estaria selada num saco, e terias encoberto as minhas iniqüidades. Como o monte que se esboroa e se desfaz, e a rocha que se remove do seu lugar, como as águas gastam as pedras, e as cheias arrebatam o pó da terra, assim destróis a esperança do homem. Tu prevaleces para sempre contra ele, e ele passa, mudas-lhe o semblante e o despedes para o além. Os seus filhos recebem honras, e ele o não sabe; são humilhados, e ele o não percebe. Ele sente as dores apenas de seu próprio corpo, e só a seu respeito sofre a sua alma.”

(Jó 14:7-22)

Diz a Palavra que quando o homem morre fica prostrado, inerte, adormecido… sem movimento.

E onde isto acontece?

Num lugar no qual o homem está deitado na sua alma, na sua sepultura no Além.

Também o seu espírito se evapora, porque o sopro de Deus volta para Ele e a alma inerte desce ao Sheol.

“Porque qual será a esperança do ímpio, quando lhe for cortada a vida, quando Deus lhe arrancar a alma?”

(Jó 27:8)

Deus corta a vida, o assopro, e lhe arranca a alma da carne que morre e apodrece, a qual desce.

“Na verdade, há um espírito no homem, e o sopro do Todo-Poderoso o faz sábio.”

(Jó 32:8)

Diz que há um espírito no homem e o sopro de sabedoria, e que é de Deus e volta para Deus. (sopro porque lhe dá vida, mas passa; é temporal)

Diz em Eclesiastes:

“…antes que se rompa o fio de prata, e se despedace o copo de ouro, e se quebre o cântaro junto à fonte, e se desfaça a roda junto ao poço, e o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu.”

(Eclesiastes 12:6-7)

O Sopro de vida de Deus termina e é cortada essa ligação divina.

Uma vez cortado este Sopro, ele deixa de estar no homem (espírito de vida, que não é a pessoa, mas sim a vida de Deus nela)

Na alma se despedaça o copo de ouro (espírito de vida);

quebra o cântaro (vaso de barro/carne);

junto da fonte de vida, onde está o copo de ouro.

Que dizer, é cortado o fio de prata, o tempo do vivente na face da terra.

O pó do que é feito o corpo volta para a terra, e a alma vai para o Sheol – mundo debaixo deste, numa dimensão, num dia, e num tempo espiritual.

Ali ela descansa até a ressurreição para o Dia do juízo de Deus.

Irmão, nós temos alma e corpo e o sopro de Deus, que é o espírito. Este retorna à Ele.

Todo este mistério que vemos é sobre a condição do homem sem o Espírito Santo que foi derramado em Jesus Cristo.

Este é outro mistério, junto com os que recebem a Pessoa do Espírito Santo.

“Eis que diante de Deus sou como tu és; também eu sou formado do barro.”

(Jó 33:6)

É nesta condição humana, sem o Espírito Santo, que somos somente formados do barro.

“Pelo contrário, Deus fala de um modo, sim, de dois modos, mas o homem não atenta para isso.

Em sonho ou em visão de noite, quando cai sono profundo sobre os homens, quando adormecem na cama, então, lhes abre os ouvidos e lhes sela a sua instrução, para apartar o homem do seu desígnio e livrá-lo da soberba; para guardar a sua alma da cova e a sua vida de passar pela espada.

Também no seu leito é castigado com dores, com incessante contenda nos seus ossos; de modo que a sua vida abomina o pão, e a sua alma, a comida apetecível.

A sua carne, que se via, agora desaparece, e os seus ossos, que não se viam, agora se descobrem. A sua alma se vai chegando à cova, e a sua vida, aos portadores da morte.

Se com ele houver um anjo intercessor, um dos milhares, para declarar ao homem o que lhe convém, então, Deus terá misericórdia dele e dirá ao anjo: Redime-o, para que não desça à cova; achei resgate.”

(Jó 33:14-24)

Podemos ver nestes versículos de como Deus se comunica com o homem a noite em sonhos, ou visões. Então lhe dá entendimento dos mistérios no Espírito Santo, para Ele ser o seu Guia, para guardar a sua alma da cova.

Para que aceite que Jesus Cristo pague seu resgate nestes mistérios. O homem é confrontado com sua própria condição e é passado pela provação na sua carne e na sua alma.

Nestas tribulações o mortal padece e se transforma como diz nos versículos 19 à 22.

Ele é crucificado com Cristo neste mundo e morre para os pecados, tendo agora sua justiça em Jesus, que pagou por ele, como diz nos vers 23 e 24.

O Anjo intercessor é o Espírito Santo que intercede por ele. Diz “um dos milhares” porque na sua Onipresença o Espírito Santo é pleno em cada um que é redimido.

Então, este homem, em vez de descer à cova é guardado no Espírito Santo, neste Espírito de vida eterna, até o dia da ressurreição ou arrebatamento.

“Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente. Crês isto?”

João 11:25-26

“Sua carne se robustecerá com o vigor da sua infância, e ele tornará aos dias da sua juventude. Deveras orará a Deus, que lhe será propício; ele, com júbilo, verá a face de Deus, e este lhe restituirá a sua justiça.

Cantará diante dos homens e dirá: Pequei, perverti o direito e não fui punido segundo merecia. Deus redimiu a minha alma de ir para a cova; e a minha vida verá a luz.

Eis que tudo isto é obra de Deus, duas e três vezes para com o homem, para reconduzir da cova a sua alma e o alumiar com a luz dos viventes.”

Jó 33:25-30

Assim o homem é lavado de todos os seus pecados por Jesus Cristo (vers 28). O homem sobe da cova pelo Espírito de Deus e para o perdão de Deus (vers 30 – ressureição).

O sopro de Deus é que nos dá vida, nos anos na terra.

A carne se enrobustecerá no Espírito Santo, como um nascer de novo, sendo uma criança em Jesus Cristo.

Deus escutará as orações dos homens redimidos em Jesus e, lavado no seu sangue, ficará perdoado ao arrepender-se.

No versículo 28 Deus já não deixa mais a alma do homem descer ao Sheol uma vez no Espírito Santo (pois é guardada Nele). (”Deus redimiu a minha alma de ir para a cova”)

No 29  diz que tudo é Obra de Deus nestes mistérios para com homem: ser lavado, redimido e justificado antes de ir para o Sheol, ou seja, antes dele morrer, ainda aqui em carne.

Tudo em Jesus Cristo, 2 ou 3 vezes para como o homem, alusão ao terceiro dia de ressurreição do Senhor.

No versículo 30, fala dos que se levantam no juízo após o milênio (re-conduzir da cova”).

Enquanto que, nós que temos o Espírito de Deus, seremos levantados na primeira ressurreição, como está escrito em I Coríntios:

“Mas, de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem. Visto que a morte veio por um homem, também por um homem veio a ressurreição dos mortos.

Porque, assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo. Cada um, porém, por sua própria ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda”

(1Co 15:20-23)

“Vi também tronos, e nestes sentaram-se aqueles aos quais foi dada autoridade de julgar. Vi ainda as almas dos decapitados por causa do testemunho de Jesus, bem como por causa da palavra de Deus, tantos quantos não adoraram a besta, nem tampouco a sua imagem, e não receberam a marca na fronte e na mão; e viveram e reinaram com Cristo durante mil anos.

Os restantes dos mortos não reviveram até que se completassem os mil anos. Esta é a primeira ressurreição. Bem-aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre esses a segunda morte não tem autoridade; pelo contrário, serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com ele os mil anos.”

(Apocalipse 20:4-6)

E, por último, meditemos nestes versículos Jó 34:14-15:

“Se Deus pensasse apenas em si mesmo e para si recolhesse o seu espírito e o seu sopro, toda a carne juntamente expiraria, e o homem voltaria para o pó.”

Jó 34:14

Seja Deus louvado eternamente no nome do Senhor Jesus Cristo, amém.

Juan.

juanoseba@hotmail.com